A destruição da biblioteca de Alexandria é um acontecimento de consequências incalculáveis. Sepultando para sempre a esmagadora maioria das obras da Antiguidade Clássica, o incêndio da Biblioteca de Alexandria constitui um dos mais dramáticos acontecimentos de toda a História da cultura.
Em seu acervo, estima-se que ela chegou a abrigar entre trinta mil e setecentos mil volumes literários, acadêmicos e religiosos. O acervo da Biblioteca cresceu de tal maneira que, durante o reinado de Ptolemeu III Evérgeta, uma filial sua foi criada no Serapeu de Alexandria.
A Biblioteca teve um papel significativo na emergência de Alexandria como sucessora de Atenas enquanto centro irradiador da cultura grega.
Como escreve Carl Sagan “Existem lacunas na História da Humanidade que nunca poderemos vir a preencher. Que segredos poderíamos desvendar se pudéssemos ler aqueles rolos de papiro? Que mistérios sobre o passado da humanidade encerrariam os volumes desta biblioteca?”
Em 391 d.C., sua filial, o famoso templo de Serápis (ornamentado com mármores, ouro e alabastro de primeira qualidade) que também possuía uma biblioteca, foi destruído a mando do Patriarca cristão Teófilo que dirigiu um ataque aos templos pagãos. Esse triste evento talvez seja o marco zero de uma religião militante, que, deliberadamente, tentou extinguir os ensinamentos do mundo clássico, dando início a uma era chamada de Idade das Trevas, no qual todo aquele saber foi perdido.
Esta nova fé era violenta, implacável e intolerante. E uma vez que se tornou a religião do Império, seus zelosos adeptos começaram a destruir os antigos deuses, seus altares foram revirados, seus templos demolidos e suas estátuas feitas em pedaços. Livros, incluindo grandes obras de filosofia e ciência, foram lançados na pira. Foi uma aniquilação.
Sua mais ilustre representante, Hipátia ou Hipácia, foi uma filósofa neoplatônica grega do Egito Romano. Foi a primeira mulher documentada como tendo sido matemática. Como chefe da escola platônica em Alexandria, também lecionou filosofia e astronomia, cujo bárbaro assassinato por fanáticos cristãos ensandecidos marcou o fim da Antiguidade Clássica e efetivamente marcou a queda da vida intelectual em Alexandria.
Nossa missão é prestar um tributo a essa grande cientista, filósofa e sua biblioteca, divulgando as conquistas mais recentes da ciência e de seus resultados práticos (a tecnologia), que muito benefício nos tem trazido, como forma até de evitar o retorno insidioso e intolerante do obscurantismo religioso, sempre à espreita para destruir mais uma vez todos os avanços que foram conquistados a duras penas, da ciência à democracia, após aquele tenebroso período de MIL ANOS, nos quais todos os saberes da Antiguidade Clássica foram rejeitados, destruídos e combatidos por fanáticos que os trocaram por fantasias transcendentes e desprezo pela vida material. Eis a nossa missão.
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Alexandria Secular: um tributo a Hipátia de Alexandria, a primeira mártir da ciência.